Santo Estêvão, festejado na Enfermaria da Custódia e no lugar de seu martírio | Custodia Terrae Sanctae

Santo Estêvão, festejado na Enfermaria da Custódia e no lugar de seu martírio

Cantando Adeste, fideles, acorreram, alegres e triunfantes, estes fiéis: alguns em cadeira de rodas, outros ajudando-se com um “andador” e ainda quem a sós. O Senhor reuniu os Frades da Enfermaria da Custódia, como o faz cada manhã para a missa. Mas, no dia da Festa de Santo Estêvão, os Frades enfermos foram acompanhados por numerosos confrades da Fraternidade S. Salvador, vindos para festejar com eles o primeiro mártir cristão e a Festa do Natal.

O Custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa, presidiu a celebração e fez esta homilia: «Santo Estêvão disse: Recebe meu espírito, recebe minha vida!. Depois morreu. Estamos aqui reunidos, jovens e idosos. Alguns estão no início do caminho de sua vida religiosa, outros estão se aproximando de seu fim, mas todos nós consagramos nossa vida ao Senhor. Os jovens estão no entusiasmo dos inícios e devem entregar esse entusiasmo nas mãos de Deus. Os idosos têm mais experiência, já viveram tanto, já deram tanto ao Senhor e, hoje, devem dar ainda, e novamente entregar-se à sua vontade, entregar seu corpo, que pouco a pouco os abandona, para que possam abandonar-se mais à oração. O mundo julga as pessoas sobre o valor do que produzem e fazem, daquilo que são capazes de construir e de criar. Mas, os Frades idosos nos ensinam que realmente valemos quando estamos diante do Senhor, em verdade, na verdade de nossas vidas, totalmente entregues às mãos do Outro. O mundo, muitas vezes, julga os idosos como inúteis e dispendiosos. Nós, ao contrário, olhamos para essa etapa da vida como momento precioso, quando se está purificado, livre de tudo o que é inútil. Enquanto o Natal nos convida a festejar um nascimento, a festejar o dom da vida, somos convidados a doar nossas vidas terrestres a uma vida maior. Rezemos por nosso confrades para que, nesta fase importante de suas vidas, sejam de todo o coração consagrados à oração, para que nos recordem que o que conta não é produzir ou fazer algo para o mundo ou para a Igreja, mas de ser e de viver no coração de Deus, que é a alegria de nossa vida!».

Depois da celebração, os Frades, tantos os enfermos como os visitantes, ainda passaram momentos de alegre convívio e partilha da vida fraterna.

Atualmente, oito Frades vivem na Enfermaria da Custódia, no Convento S. Salvador. Desde 2006, são seus anjos da guarda: Fr. Jad Sara e a Irmã Fedelina Galea, franciscana do Sagrado Coração, que serve ali durante 32 anos. Esses têm a ajuda de uma equipe de seis enfermeiros, durante os turnos de dia e de noite, um médico e quatro operários que ajudam na cozinha, na manutenção dos locais e fazem as vezes de enfermeiros auxiliares.

De tarde, a festa de Santo Estêvão coninuou no lugar exato de seu martírio, no Vale do Cedron, numa gruta vizinha ao convento grego ortodoxo de Mar Stephanos, situado mais abaixo da Porta dos Leões, chamada também Porta de Santo Estêvão, onde aconeceu a liturgia da tradicional peregrinação.

Depois da leitura do martírio do Santo, nos Atos dos Apóstolos, Fr. Eugenio Alliata, do Studium Biblicum, explicou aos Frades e aos peregrinos presentes as tradições sobre as várias translações das relíquias do santo. Depois, a assembléia dirigiu-se ao Convento do Getsêmani para beber um cálice de chocolate quente.