A imagem da Virgem Maria transpassada por espada está sobre o altar da Virgem das Dores. Seus olhos observam os peregrinos e religiosas presentes, à espera dos franciscanos. As tésseras douradas dos mosaicos brilham na Capela da Crucifixão. São 8h do dia 07 de abril de 2017. No Santo Sepulcro, nesta manhã, se celebra a solenidade de Nossa Senhora das Dores. Os bastões dos Kawas ressoam. Ei-los! Não há mais lugar para sentar-se, as pessoas permanecem em pé. A Capela dos Franceses está superlotada e também aquela do Calvário, propriedade dos gregos–ortodoxos, logo ao lado.
Fr. Dobromir Jasztal parou diante do altar da Virgem das Dores. Como tradição, é o Vigário da Custódia que costuma celebrar essa missa. « Nas várias celebrações litúrgicas, durante o ano, é muito difícil encontrar uma perícope do Evangelho que seja tão breve e, ao mesmo tempo, tão rica de sentido e densa de mistério », disse Fr. Dobromir na homilia, referindo-se ao trecho do Evangelho de João, lido nessa manhã. « É a cruz de seu Filho, Maria pregada à vontade do Pai, como o Filho de Deus está pregado na cruz. Maria, Mãe, está presente porque o mistério da cruz tem seu início no mistério da encarnação. Ela não pode faltar, estava no início e ao fim do cumprimento da vontade do Pai », afirmou Fr. Dobromir.
Exatamente aqui, nesta capela do Callvário, faz-se memória da crucifixão. Exatamente aqui a profecia de Simeão a Maria, transmitida pelo Evangelho de Lucas, se realizou: « Quanto a ti, uma espada transpassará tua alma ». Assim iniciam as solenidades pascais. Mas, a alegria do Domingo dos Ramos se aproxima.
