A nova secção arqueológica do Terra Sancta Museum abre as portas | Custodia Terrae Sanctae

A nova secção arqueológica do Terra Sancta Museum abre as portas

A nova secção arqueológica do Terra Sancta Museum abre as portas aos visitantes de todo o mundo. A secção foi inaugurada no dia 27 de junho, em Jerusalém, na presença do Custódio da Terra Santa, na sede do convento da Flagelação, no início da Via Dolorosa. Depois da abertura, em 2016, da secção multimedial, o museu abre agora a segunda área, ligada às descobertas arqueológicas, recolhidas e conservadas pelos Frades ao longo dos séculos.
“Por que nos aventuramos no projeto de um museu da Terra Santa, em Jerusalém? – perguntou o Custódio Fr. Patton na inauguração -. Nas pegadas de nossos predecessores e como Frades de S. Francisco, queremos, hoje, procurar caminhos novos e adaptados ao nosso tempo, para anunciar a Palavra de Deus, promover os valores e a presença cristã na Terra santa, custodiar a cultura e memória dela, fazer com que a cultura mesma se torne caminho pelo qual se cultiva o diálogo com outras crenças presentes na Terra Santa, e assim dar nossa contribuição na construção de mundo de paz”.

No pátio do convento da Flagelação, Sara Cibin, responsável pelo projeto Terra Sancta Museum, introduziu as intervenções da cerimônia da inauguração. Cada discurso foi intercalado com uma peça musical, interpretada por alguns alunos do Magnificat, a escola de música da Custódia da Terra Santa.
“Com essa abertura queremos oferecer, em primeira mão, a possibilidade de descobrir a secção dedicada às instituições políticas e à vida quotidiana no tempo do Novo Testamento até às primeiras experiências do monaquismo”. Isso foi explicado por Fr. Eugênio Alliata, Diretor do Terra Sancta Museum. “Os Frades têm sempre zelo pela Terra Santa, com ponto de vista espiritual e material – continuou – não apenas de zelar pelas pedras, mas também pelo espírito da Terra Santa”.

Dr. Gyozo Voros, um arqueólogo que colabora com o Studium Biblicum e a escavação de Macheronte, traçou um perfil do Irmão Virgilio Corbo, um famoso arqueólogo franciscano, que trabalhou em muitas campanhas de escavação, das quais a maioria das exposições vem.
As salas de exposições abertas ao público são apena parte das que estão em programa para esta secção arqueológica. Trata-se da segunda parte do futuro percurso de visita às Coleções Arqueológicas do TSM, que será composta da primeira secção, em que serão apresentados os lugares bíblicos, objeto de escavações pelos Frades franciscanos e de um terceira parte sobre coleções específicas temáticas. O percurso possibilita o acesso, pela primeira vez, a uma série de ambientes antigos, recuperados para a ocasião: uma cisterna do período bizantino, outra mais antiga, ligada a quartos de uma casa dos Cruzados e, finalmente, de uma esplêndida corte com suas adjacências, na época mameluca.
O projeto de restauração arquitetônico dos antigos espaços em que se abre o percurso foi feito pelo estúdio GTRF Tortelli Frassoni Architetti Associati, assim como o projeto museográfico, próprio de exposição. Como explica o Arquiteto Giovanni Tortelli: “Com nesta primeira abertura, o novo museu desvela a linguagem de uma exposição, rigorosa e enxugada, um acervo sem cenografia retórica, certamente (e não podia ser diferente) de genuina contemporeidade e funcionalidade”.
“Tradição e inovação estão perfeitamente presentes numa preparação coerente – afirmou Gabriele Allevi, curador científico do museu com Padre Eugênio Alliata -. A grande aventura arqueológica do Studium Biblicum Franciscanum é colocada ao público com nova linguagem da museologia atualizada”. Para facilitar a fruição da exposição estará à disposição, além disso, um app com acesso potencialmente em língua desejada.
Continua, portanto, o projeto de reestruturação do Terra Sancta Museum, que terá superfície expositiva de 2.573 metros quadrados, com três secções previstas - Multimedial, Arqueologia e História – distribuídas em duas sedes existentes (Convento da Flagelação e Convento S. Salvador). Atualmente, na secção histórica do museu trabalha um comitê com excelente nível científico, que projetou sua abertua em 2020.

Beatrice Guarrera