«Não podemos calar!»: Cristo ressuscitou! | Custodia Terrae Sanctae

«Não podemos calar!»: Cristo ressuscitou!

A apoteose deste Tríduo pascal, domingo da manhã foi a missa de Páscoa, presidida pelo Patriarca latino S.B. Fouad Twal.

Os fiéis, vindos do mundo inteiro, esperavam ansiosos em assistir a cerimônia. Por exemplo, Joséphine, da Costa de Marfim, não escondia sua alegria de celebrar esta festa ante o túmulo do Ressuscitado. Como também Kate, jovem húngara, do coro que animou a cerimônia: após um ano de ensaios, parece não ser verdade estar finalmente em Jerusalém, entoando o “Exultate Deo” de Scarlatti.

No dia em que os cristãos do mundo inteiro proclamam sua fé, Sua Beatitude convidou a assembleia a acolher «o testemunho dos discípulos, a saber, anunciar, e gritar sem medo, que Cristo ressuscitou!» Depois acrescentou: «Caros irmãos e irmãs, não podemos calar!» Esse anúncio só pode ser feito na confiança, como o de Marta que, apesar de suas queixas, nos recorda que tudo o que pedirmos a Deus, Ele no-lo concederá.

A celebração reuniu grande número de sacerdotes diante da edícula, onde fora erguido um altar. No Sepulcro vazio, sucederam-se quatro missas. Fr. Dobromir Jasztal, Vigário da Custódia, celebrou a última, após a do Núncio apostólico. «É a primeira vez que celebrei aqui no dia mesmo da Ressurreição. É missa muito especial e grande privilégio. Durante toda a celebração, fui tomado pelo mistério da vida nova que foi doada a cada um e a toda a humanidade; vida nova em Cristo. Deste lugar, do túmulo vazio, na manhã da Páscoa, emana perenemente Vida Nova!» As poucas pessoas - a maioria era freiras - que tiveram o privilégio de ser convidadas a unir-se a essa missa no recolhimento da capela do Anjo, fazem-nos lembrar as mulheres que vieram ao túmulo, ao amanhecer do dia da Páscoa.

Doutro lado da porta, pode-se ouvir o Patriarca que, por sua vez, oferece o sacrifício memorial da Paixão e da Ressurreição. Enquanto, ao mesmo tempo, ao redor da edícula e na capela da Aparição a Maria, silenciosamente se reza. O tempo parece fixar na contemplação tudo o que se vive, aqui e hoje.

A assembleia retomou vida no momento da procissão final, que concluiu as três horas de celebração. Franciscanos e seminaristas acompanharam o Patriarca ao redor da edícula. Quatro vezes a procissão parou para proclamar os quatro evangelhos que anunciam a Ressurreição e o encontro de Simão e Cléofas com Jesus, a caminho de Emaús. Um episódio bíblico que o Custódio, com fiéis peregrinos, celebrará na manhã de segunda-feira da Páscoa, no santuário de Emaús Qubeybeh.

Após a bênção, o Patriarca recebeu os augúrios dos Cônsules gerais das quatro nações latinas, protetoras das comunidades cristãs na Terra Santa (Itália, França, Bélgica e Espanha) e, depois, saiu ao som do Aleluia de Haendel.

Na Basílica, os peregrinos continuaram a chegar. Por sua vez, milhares de pessoas, cada ano, obedecem à voz do anjo: «Vinde ver o lugar em que fora deposto» … O túmulo está vazio: «Al Massih Qam» = «O Messias ressuscitou»; «Hakan Qam» = «Ressuscitou verdadeiramente!»

A Custódia da Terra Santa, seus Frades, seus voluntários e empregados fazem votos de que o Espírito da Páscoa possa brilhar nas almas e nos corações, desde Jerusalém, sobre todo o Oriente Médio e em todas as Províncias franciscanas. Que nossa alegria possa tocar a todos os nossos leitores e amigos!