A luz brilha nas trevas: mensagem de Natal de Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa

A luz brilha nas trevas: mensagem de Natal de Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa

Carissima amiga, carissimo amigo,

este ano a gruta de Belém está vazia, assim como estão vazias as ruas e as praças da cidade. Quando Maria e José vieram para ser registrados, não havia nem mesmo um quarto para eles. Hoje todos os quartos de Belém estão disponíveis, esperando que a guerra acabe, que os peregrinos possam voltar, que as luzes e as vozes das crianças festejantes ainda animem as ruas da cidade.

Durante este período, muitos nos perguntaram se cancelamos o Natal. Não cancelamos o Natal, porque o Natal já aconteceu e – graças a Deus – ninguém pode cancelar. O Natal consiste no fato de o Filho de Deus ter entrado de uma vez por todas na nossa história, tornou-se um de nós, foi-nos dado, deu sentido às nossas vidas e assim nos salvou.

Podemos encontrar-nos em meio a situações piores e mais difíceis, das trevas da história; podemos encontrar-nos em meio ás trevas da guerra e do ódio; mesmo que as trevas não aceitem a luz, a luz continua a brilhar e não pode ser sufocada.

Na verdade, quanto mais nos encontramos imersos nesta noite pessoal e coletiva, mais precisamos que a luz brilhe. E precisamos que a partir desta grutta a luz se espalhe por todas as  partes,  para manter viva a esperança de um mundo novo, salvo graças ao nascimento deste menino: Jesus, o Emanuel, o Deus conosco.

E neste Natal sufocado pelas trevas do ódio e da guerra ajoelhamo-nos diante da manjedoura vazia, onde Maria colocou o menino Jesus depois de o dar à luz e o envolveu em panos, e fazemos nossa a oração de São João Paulo II:

“Enxugue, Menino Jesus, as lágrimas das crianças! / Acaricie os doentes e os idosos! / impulsione os homens a deporem as armas / e a unirem-se num abraço universal de paz! / Convida o povo, misericordioso Jesus / a derrubar os muros criados / pela pobreza e pelo desemprego, / pela ignorância e pela indiferença, / pela discriminação e pela intolerância. / És Tu, Divino Filho de Belém, / quem nos salva, libertando-nos do pecado. / Tu és o verdadeiro e único Salvador, / por quem a humanidade muitas vezes procura.

Deus da paz, / dom da paz para toda a humanidade, / vem habitar no coração de cada homem e de cada família. / Seja nossa paz e nossa alegria! Amém!"

Bom Natal de Belém

Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa