A Custódia da Terra Santa é responsável pela difusão das peregrinações aos Lugares Santos, das quais os frades franciscanos têm sido guardiões por vontade e mandato da Igreja universal por mais de oito séculos. Os Comissários da Terra Santa, em nome e a serviço da Custódia, promovem viagens de aprofundamento espiritual aos Lugares Santos já visitados em 1219 por São Francisco de Assis, fundador da Ordem dos Frades Menores, e aos quais os franciscanos acompanham há séculos peregrinos de todo o mundo.
As propostas de peregrinação promovidas e oferecidas pelos Comissários da Terra Santa incluem tanto itinerários de oito dias para os Lugares Santos quanto peregrinações inspiradas em itinerários bíblicos que incluem visitas à Jordânia, Egito, Síria e Turquia. Os peregrinos que escolhem uma peregrinação promovida pelos Comissários a serviço da Custódia da Terra Santa são hospedados na Casae Novae, instalações de hospedagem franciscana localizadas perto de alguns dos principais Santuários.
Desde 2015, o Escritório de Peregrinação de Roma da Custódia da Terra Santa foi confiado à Fundação Terra Santa. A estrutura de Roma continua e continuará a funcionar, na esteira de uma longa e estabelecida tradição, como centro de animação e promoção das peregrinações à Terra Santa e ao Oriente cristão, a serviço e em estreita colaboração com os diversos Comissariados da Terra Santa espalhados pelo mundo.
Ir em peregrinação à Terra Santa, através dos Comissariados da Custódia, significa contribuir para a missão franciscana nos Lugares Santos. As muitas obras realizadas durante séculos pelos frades da Custódia são possíveis graças a uma rede de realidades que contribuem em todo o mundo para apoiar a presença cristã na Terra Santa e para manter os Lugares Santos.
Os Comissariados da Terra Santa, espalhados em todo o mundo, organizam peregrinações à Terra Santa. Encontra o Comissariado mais próximo e contata-o a fim de reservar tua viagem à Terra de Jesus!
Via Berni 6, a poucos passos de San Giovanni in Laterano, Roma
Tel: +39 06 77206308;
https://www.fratesole.com/pellegrinaggi-in-terra-santa/
email: pellegrinaggicustodia@fratesole.com
Aqui é possível consultar alguns itinerários propostos pelos Comissários da Terra Santa, úteis para o planejamento de uma peregrinação. Estes itinerários não apenas retratam os lugares que traçam a memória da presença de Jesus na Terra Santa, mas também oferecem uma oportunidade para conhecer fragmentos da longa história deste país e descobrir suas muitas faces. Junto com as referências evangélicas, esta seção fornece informações práticas sobre a duração ideal da estadia, as etapas individuais e os lugares dos programas propostos pelos diversos comissários.
“E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo”. (Mt 2, 6)
O início deste percurso coincide com o lugar do nascimento de Jesus, Belém e a Basílica da Natividade, construída por Constantino no século IV. Aqui se pode visitar a gruta que, segundo a tradição, nasceu o Menino Jesus. Nas costas da grande praça central, a cerca de 500 metros à direita da Basílica, se encontra a Gruta do Leite que, segundo uma tradição popular, Maria ao amamentar o menino, teriam caído algumas gotas de leite e toda a gruta teria se transformado em cor branca.
Outro lugar que recorda o nascimento de Jesus é o Campo dos Pastores, no atual vilarejo árabe de Beit Sahur, que segundo a tradição cristã, o anjo anunciou aos pastores que Jesus nasceu.
Em Belém, se pode pernoitar na casa franciscana para peregrinos, Casa Nova.
2° dia: Belém (Herodion), Qumran e Mar Morto
A cerca de 10 km de Belém, sobre uma colina em forma de cone, surge a grande morada-fortaleza de Herodes, o Grande. A sua vista do alto é esplêndida e interessante, com restos arqueológicos do palácio herodiano.
Como segunda etapa da peregrinação, sugerimos o sítio arqueológico de Qumran, a cerca de 2 km da margem norte-ocidental do Mar Morto. O lugar é notório devido ao encontro de alguns antigos manuscritos do século a.C., os assim ditos Rótulos do Mar Morto. Tais manuscritos são o resultado de textos bíblicos (como aquele do profeta Isaías) e textos descritivos sobre a vida da comundiade de Qumran, do ano 150 a.C.. Daqui, é difícil fugir da tentação de boiar nas salgadadíssimas águas do Mar Morto.
3° dia: Nazaré (Basílica da Anunciação – Igreja de S. José – Fonte da Virgem), Tabor
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento com um homem que se chamava José” (Lc 1, 26)
Cidade mais importante da Galiléia, Nazaré é o local em que voltaram José, Maria e Jesus no retorno do Egito. Aqui se pode visitar a Basílica da Anunciação, edificada nos anos de 1960, que abriga em seu interior a Gruta da Anunciação, o verdadeiro lugar onde o anjo apareceu a Maria. A uns 200 metros da Basílica, se chega à Igreja de São José, que a tradição identifica como a casa da sagrada família. Daqui, se pode deslocar pela rua principal de Nazaré para visitar a Fonte da Virgem, que é a fonte da vila onde as mulheres vinham buscar água e que Maria teve a primeira aparição do anjo, segundo o Protoevangelho de Tiago.
Enfim, como última etapa deste terceiro dia, aconselhamos a visita ao Monte Tabor, o “monte da Luz”, onde Jesus se transfigurou.
Também aqui se pode pernoitar na casa franciscana para peregrinos, Casa Nova.
4° dia: Lago de Tiberíades (Magdala – Tabgha – Cafarnaum), Monte das Bem-Aventuranças
Partindo de Nazaré se pode facilmente visitar o Lago de Tiberíades ou “Mar da Galiléia”, (citado duas vezes no meio de tantos nomes). Este fascinante lago, emoldurado no meio de nuas colinas, apresenta a memória de numerosos acontecimentos evangélicos. É sobre suas margens que Jesus iniciou o seu ministério público e onde realizou muitos de seus milagres. São tantos e próximos entre eles os lugares e santuários que podem ser visitados: o Primado de Pedro, o sítio arqueológico de Magdala (lugar onde nasceu Maria Madalena), a Igreja de Tabgha, que recorda a multiplicação dos Pães e dos Peixes. Em Cafarnaum se pode admirar as escavações que trouxeram à luz uma vila onde Jesus viveu e pregou, o Memorial de São Pedro, construído sobre os restos da casa de Pedro. Daqui, se pode prosseguir pelo caminho interno e subir ao Monte das Bem-Aventuranças, o lugar que recorda o discurso das bem-aventuranças do Evangelho.
Também aqui se pode pernoitar na casa franciscana para peregrinos, Casa Nova.
5° dia: Jericó, Betânia, Jerusalém
“Depois destas palavras, exclamou em alta voz: ‘Lázaro, vem para fora!’ E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: ‘Desligai-o e deixai-o ir!’” (Jo, 11,43-44).
A primeira etapa deste quinto dia pode ser iniciada por Jericó, em direção a Jerusalém. Yerikho, em hebraico: Lua, é a cidade mais antiga que se conheça e a mais baixa, debaixo do nível do mar. De fato, estudos arqueológicos permitiram a datação dos primeiros assentamentos ao redor do ano 8.000 a.C. A Jericó herodiana é aquela frequentada por Jesus, que aqui encontrou Zaqueu (Lc 19, 1-10). Aqui se pode ver a figueira que fala o Evangelho e o sítio arqueológico com os restos da Jericó antiga: Tel es-Sultan. Daqui, se houver tempo, se pode sair e visitar um lugar muito especial em paisagem e localização: o mosteiro grego ortodoxo da “Quarantena”, que recorda os quarenta dias que Jesus passou no deserto. E não se pode esquecer de citar ou sugerir um lugar muito importante para os cristãos, que é o sítio onde Jesus foi batizado no Jordão, recentemente renovado e aberto ao público.
Daqui, indo em direção a Jerusalém, se pode parar em Betânia, a casa dos amigos de Jesus: Marta, Maria e Lázaro. É aqui que Jesus ressuscitou Lázaro.
Estando em Jerusalém, recomendamos o fantástico passeio sobre os tetos da cidade velha. Um ponto de vista singolar, que dá uma visão do todo dos quarteirões que dividem a mesma e do todo de suas igrejas, mesquitas e sinagogas.
Em Jerusalém, se pode pernoitar na casa franciscana para peregrinos, Casa Nova.
6° dia: Jerusalém (Via Dolorosa – S. Sepulcro – Kotel e Explanada – Monte Sião)
A manhã do sexto dia pode ser dedicada à cidade velha de Jerusalém, especialmente aos lugares santos. Se parte da Igreja da Flagelação, onde se inicia a Via Crucis para o percurso das 14 estações da Via Dolorosa. Destacamos algumas das estações: na terceira, Jesus cai pela primeira vez; na quarta, encontra Maria; na sexta, Verônica enxuga o seu rosto; na sétima, Jesus cai pela segunda vez, onde se pode ver os restos da coluna da flagelação.
A última estação Via Crucis coincide com o Santo Sepulcro ou Basílica da Ressurreição. Talvez este seja o lugar mais sagrado e mais importante a todo o cristianismo. No tempo de Jesus, estava fora dos muros da cidade, provalmente por causa das sepulturas. A Basílica inclui o Calvário (em latim: Gólgota), a Pedra da Unção sobre a qual foi depositado o corpo de Jesus e ungido, segundo a tradição judaica e o Tumba vazia.
“Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou e não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram”. (Mc 16, 6).
Lugar sagrado por excelência para os judeus, é o Muro das Lamentações (em hebraico: Kotel Hama’aravi), que é um trecho original do muro ocidental de contenção, construído por Herodes em 20 a.C. para sustentar a explanada do 2° Templo, que é citado nos Evangelhos. Aqui se pode avistar numerosos judeus, com a cabeça coberta para rezar, direcionados ao Muro, em duas seções bem distintas para os homens e para as mulheres (como na sinagoga). É possível fazer a visita na explanada onde se encontram atualmente os lugares de culto dos muçulmanos: a belíssima e imponente Cúpula da Rocha e a Mesquita al-Aqsa, infelizmente com acesso proibidos.
Percorrendo primeiramente o quarteirão judaico e depois o armênio, saindo na porte de Sião, se chega ao Monte Sião. Aqui, logo depois dos muros, se encontra o Cenáculo, que é o lugar da última ceia de Jesus com os Apóstolos e da aparição de Jesus Ressuscitado. Na proximidade do Santo Cenáculo, se encontra também a Basílica da Dormição e a Igreja de São Pedro in Gallicantu, que recorda o lugar onde Pedro renegou Jesus.
7° dia: Jerusalém (Monte das Oliveiras – Getsêmani – Ain Karem)
“Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado aos céus”. (Lc 24, 50-51)
A parte da manhã pode ser dedicada para visitar o Monte das Oliveiras e, na parte da tarde, aconselhamos ver o pequeno vilarejo de Ain Karem.
O monte das Oliveiras é um lugar que recorda vários acontecimentos evangélicos: a Ascensão de Jesus ao céu (edícula da Ascensão), a explicação da oração do Pai Nosso aos Apóstolos (gruta do Pai Nosso), o choro de Jesus sobre Jerusalém (Dominus Flevit), o Getsêmani e a prisão de Jesus (Basílica da Agonia e Horto das Oliveiras), o sepulcro de sua mãe (tumba de Maria).
É extraordinária a panorâmica da cidade velha a partir do local.
A cerca de 8 km de Jerusalém, dentro de um vale cheio de bosques, surge Ain Karem: o lugar que, segundo a tradição cristá, viviam Isabel e o seu esposo Zacarias e onde nasceu João Batista. Aqui, se pode visitar a igreja da Visitação, que recorda a visita de Maria à sua prima Isabel e a Igreja de São João Batista.
8° dia: Yad Vashem, Emaús el-Qubeibeh
Para quem visita Jerusalém e o Yad Vashem, museu dedicado à Shoah, localizado sobre a Colina da Lembrança, é etapa obrigatória. Yad Vashem significa “uma lembrança e um nome” e é expressão que deriva de uma frase do profeta Isaías:
“eu darei na minha casa e dentro de minhas muralhas um monumento e um nome […] dar-lhes-ei um nome que jamais perecerá” (Is 56, 5).
Uma visita impressionante, que certamente deixará uma lembrança e um sinal indelével. À tarde, se pode ir a Emaús el-Qubeibeh, a oeste de Jerusalém, o lugar onde Jesus se manifestou após a ressurreição a Cléofas e Simão. Aqui neste santuário se faz a memória daquele evento que conserva os restos de uma casa de época romana (segundo a tradição, a casa de Cléofas), o convento franciscano ao lado da igreja e os restos de um vilarejo da época dos cruzados, ainda visível com suas casas e lojas.
9° dia: Cesaréia Marítima
A manhã do último dia pode ser dedicada à antiga Cesaréia do mar, considerada um dos sítios arqueológicos mais importantes de Israel. Foi Herodes o Grande, que aí pelo ano 20 a.C. construiu esta cidade com o seu magnífico porto e a dedicou a César. Na época romana, foi uma importante cidade de intercâmbio comercial, de acontecimentos políticos, culturais e religiosos. Aqui Pedro batizou o centurião romana Cornélio e sua família. É possível visitar a pequena cidade cruzada com o porto, o anfiteatro romano, o aqueduto de Herodes e inúmeros restos do período romano-bizantino.
1° dia: Hebron – Bersabéia
“Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bênçãos” (Gn 12, 2)
Sugerimos como início deste percurso uma das cidades mais antigas da Terra Santa, Hebron. É uma cidade santa para os Judeus, Cristãos e Muçulmanos porque hospeda as Tumbas dos Patriarcas. Aqui são localizados alguns importantes acontecimentos históricos: Abraão planta a sua tenda aqui, depois de se separar de Ló, sepulta Sara na caverna do terreno adquirido de um hitita e na mesma caverna, Abraão será sepultado pelo seus filhos.
Daqui se chega facilmente a Bersabéia, a cerca de 45 km de distância, ao sul. Esta cidade, que no momento da fundação do Estado de Israel tinha apenas 2.000 habitantes, hoje é um grande centro urbano, símbolo de como os Israelenses conseguiram dominar o deserto e o transformaram num lugar florido e produtivo.
Os principais locais de atração em Bersabéia são três: o assentamento do período calcolítico (4.000 a.C.) de Abu Matar, Bir es-Safadi, outro sítio onde vieram à luz assentamentos posteriores e Tel es-Seba, verdadeiramente a cidade dos Patriarcas, da qual fala a Bíblia.
2° dia: Sinai (Monte de Moisés e Mosteiro de Sta. Catarina)
O segundo dia deste percurso pode ser dedicado ao Monte Sinai (na Bíblia, monte Horeb), o lugar onde Moisés recebeu as tábuas da lei. Com 2.285 de altura, o Monte Sinai se impõe como uma paisagem lunar, dominando toda a cadeia de montanhas que circunda o Mosteiro de Santa Catarina.
É inesquecível a vista que acompanha o caminho em cima do monte que, não obstante o número de turistas e peregrinos, nos causa uma sensação de paz e serenidade.
Ao pé do monte se encontra o Mosteiro de Santa Catarina no vale que, segundo a tradição, avistou o encontro de Moisés com as filhas de Jetro, perto do atual poço do Mosteiro. No lado interno dos muros se encontra a Igreja da Transfiguração, do século VI, onde se pode admirar em absoluto um dos mosaicos mais antigos, colocado entre os anos 565 a 570.
3° dia: Avdat, Shivta, Massada
Ao deixar a península do Sinai se pode chegar e visitar as antigas cidades dos Nabateus. A primeira delas é Avdat, construída no centro do deserto no século II a.C. como lugar de parada das caravanas que vinham de Petra e andavam em direção à costa mediterrânea. As ruínas, cobertas pela areia, se conservaram praticamente intactas. Daqui se pode visitar a segunda cidade nabateia, que se revelou particularmente importante na época bizantina. A hipótese melhor aceita pelos estudiosos é que esta cidade fosse um grande assentamento agrícola, do qual resta ainda a cisterna que canalizava a água pluvial para a irrigação dos campos.
A última etapa deste dia é Massada, do hebraico, “cidadela-fortaleza”, uma montanha a 500 metros acima do nível do mar Morto, com o cume explanado por Herodes. A notoriedade de Massada é ligada a um acontecimento importante para a história do antigo Israel: a resistência dos zelotas contra a invasão romana, que depois de um longo tempo, preferiram o suicídio em vez de terminar a vida na mão dos romanos.
4° dia: Ein Gedi, Qumran, Belém
“Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor”. (Lc 2, 10-12)
Proseguindo em direção ao norte, a cerca de 18 km de Massada, se encontra um oásis pleno de vegetação, animais selvagens e fontes sonhadas: Ein Gedi, em hebraico, “fonte do cabrito”, que surge na margem ocidental do Mar Morto e é o lugar bíblico no qual Davi poupa Saul na caverna, segundo o episódio narrado por Samuel. Não é por acaso que a vertente mais importante se chama: Ein David, uma verdadeira cascata natural, que além de sua beleza pela própria natureza, apresenta também os restos de um assentamento, como Tel Goren, datado a partir do século VII a.C., com uma antiga sinagoga, que conserva ainda um pavimento em mozaico. No local se encontra também um Kibbutz onde se pode pernoitar e desfrutar a praia livre numa visita ao Mar Morto.
Daqui, a cerca de 30 km mais ao norte, se chega a Qumran: o famoso sítio da descoberta dos Rótulos do Mar Morto, hoje expostos no Museu de Israel, de Jerusalém. O sítio apresenta restos que testemunham a presença de uma seita judaica (Essênios), que lá teriam vivido entre os anos 150 a 68 a.C., quando foram expulsos pelos invasores romanos. Enfim, passando por Jerusalém, que é o caminho mais curto, se pode terminar o percurso na primeira tarde do dia em Belém. Aqui, recomendamos que se durma ao menos uma noite, para que se tenha o tempo necessário para saborear a cultura local e, naturalmente, visitar as suas maiores atrações: Basílica da Natividade, Igreja de Santa Catarina, Gruta do Leite, mercado (Suq) e cidade velha, Tumba de Raquel, Campo dos Pastores, Herodium.
Em Belém, se pode pernoitar na casa franciscana para peregrinos.
5° dia: Jerusalém (Monte do Templo – Muro das Lamentações – Via Dolorosa - Santo Sepulcro – Monte Sião)
Comumente denominada como Explanada, o Monte do Templo é o lugar onde surgem as mesquitas que fazem de Jerusalém a terceira cidade santa para os muçulmanos de todo o mundo. Aqui, se pode admirar a Cúpula da Rocha e a mesquita de al-Aqsa. O projeto da explanada tem a sua origem na primeira conquista muçulmana (há 1.400 anos). Mas a história deste lugar vai muito mais atrás no tempo. De fato, é aqui que surgia o Primeiro Templo judaico, construído por Salomão aí pelo ano 1.000 a.C. O Muro Ocidental, mais conhecido como “muro das lamentações”pelos não judeus, era o antigo muro que sustentava o Segundo Templo. É bem visível aos olhos dos visitantes a diferença entre os grandes blocos da época herodiana (20 a.C.) e as pedras de pequenas dimensões da época bizantina e muçulmana.
Daqui, se pode voltar ao quarteirão muçulmano, onde se encontra a primeira estação, percorrendo o caminho que Jesus fez levando a cruz até o Calvário. A Via Dolorosa ou Via Crucis é aquela em que tantos peregrinos cada ano levam uma verdadeira cruz de madeira, cumprindo uma promessa feita antes de chegar na Terra Santa. Os frades franciscanos conduzem uma similar procissão todas as sextas-feiras à tarde. Este caminho leva, como já acenamos, ao lugar mais sagrado para os Cristãos: o Santo Sepulcro. Testemunha, enquanto pedra viva das últimas horas de vida de Jesus, a Basílica do Santo Sepulcro inclui numa única estrutura o lugar onde Ele foi crucificado (Calvário), o lugar onde foi deposto o seu corpo (Pedra da Unção) e a tumba onde Ele foi colocado e dalí ressuscitou.
Ao sair fora dos muros, na parte sul da cidade velha, encontra-se o Monte Sião, lugar em que se pode visitar o Cenáculo, a Igreja da Dormição de Maria, a Tumba de Davi e a Igreja de São Pedro in Gallicantu.
Em Jerusalém, se pode pernoitar na casa franciscana para peregrinos, Casa Nova.
6° dia: Jerusalém (Monte das Oliveiras, Getsêmani, Yad Vashem)
A manhã do sexto dia pode ser inteiramente dedicada ao Monte das Oliveiras e ao Getsêmani. Gebel al-Tur (monte santo) para os árabes, oferece uma das melhores vistas panorâmicas de Jerusalém. Durante a subida não pode passar despercebido o vale de Josafá, onde se encontra hoje o mais antigo cemitério hebraico. Daqui, segundo a profecia contida no livro de Zacarias, os mortos ressuscitarão quando o Messias retornará no Dia do Juízo. O Monte das Oliveiras é um lugar rico de santuários que recordam eventos importantes da vida e morte de Jesus: a edícula da Ascensão, a Igreja do Pai Nosso, Dominus Flevit, a Tumba di Maria. Vale a pena, se houver tempo e se estiver aberta, visitar a Igreja ortodoxa de Maria Madalena, que surge no meio da vegetação com suas cúpulas em forma de cebola.
Aos pés do monte, se encontra a Igreja de todas as Nações, ou seja, a Basílica da Agonia, projetada por Antonio Barluzzi e financiada por diversos países. Ao redor da igreja se estende o Horto do Getsêmani onde Jesus foi preso. Enfim, na parte da tarde, se pode visitar o museu Yad Vashem, sobre o monte do Memorial.
7° dia: Beit She’an, Tiberíades e entornos (Magdala – Tabga – Cafarnaum)
“Perguntou-lhe pela terceira vez: ‘Simão, filho de João, tu me amas?’ Pedro entristeceu-se […] e lhe respondeu: ‘Senhor, tu que sabes tudo, tu sabes que te amo’. Disse-lhe Jesus: ‘Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21, 15-17)
Deslocando-se um pouco para o norte, o sétimo dia pode ser iniciado com a primeira etapa em Beit She’an, que integra um belo parque nacional com escavações arqueológicas de várias épocas. É a cidade bíblica da batalha entre os filisteus e israelitas, onde perderam a vida Saul, amigo de Davi, e os seus três filhos.
De Beit She’an até Tiberíades é perto. Vale a pena fazer uma pequena parada para visitar a fascinante igreja franciscana de São Pedro e comer um peixe às margens do lago que tanto falam de Jesus. E da cidadezinha de Tiberíades se pode deslocar na mesma direção, ao norte, até Magdala, a cidade natal de Maria Madalena, que veio à luz graças às escavações franciscanas de 1971.
Prosseguindo daqui se chega a Tabga, situada aos pés do Monte das Bem-Aventuranças. Este é o lugar onde Jesus realizou o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, representado no famoso mosaico bizantino que decora o pavimento da igreja. E a pouca distância desta igreja, o Primado de Pedro, que é o santuário franciscano que faz memória do momento em que Jesus confere a Pedro o Primado.
Por último, porém não menos importante, a “cidade de Jesus”: Cafarnaum. Segundo os Evangelhos, este foi o lugar da residência de Jesus durante o período de pregação e atividades na Galileia. Tudo indica que já no século II havia uma forte presença cristã no local. Aqui, as escavações trouxeram à luz a sinagoga, posterior à época de Jesus, e a casa de Pedro, onde os seus restos podem ser admirados a partir da Igreja octagonal, construída sobre o local.
Em Tiberíades se pode pernoitar na casa franciscana para peregrinos.
8° dia: Nazaré
A última etapa do percurso é dedicada a Nazaré, principal cidade da Galiléia e terceira cidade mais importante para os cristãos, depois de Jerusalém e Belém. Nazaré é uma cidade acolhedora, de atmosfera vivaz e colorida. Aqui aconteceu a anunciação e aqui Jesus viveu a sua infância. A imponente Basílica da Anunciação comemora estes eventos. A sua construção é moderna, surgindo a partir da primeira basílica bizantina do século V, daquela dos cruzados, do século XI e da igreja franciscana de 1730. De fato, segundo a tradição, este era o local onde se encontrava a casa de Maria, do lado da qual no primeiro século foi construída uma sinagoga judeu-cristã. Ainda é conservada no interior da basílica uma pia batismal desta sinagoga.
A poucos metros, ao norte da basílica, encontra-se a Igreja de São José, onde se encontrava a casa de José.
Em Nazaré se pode pernoitar na casa franciscana para peregrinos.
“Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 1, 30-34)
Lemos nas antigas crônicas de viagem que era responsabilidade direta do Guardião do Convento de Jerusalém, também chamado Custódio da Terra Santa, ir até Jaffa para receber os peregrinos. Se ele não pudesse ir pessoalmente, era sua responsabilidade enviar seu representante, experiente e confiável, pois a viagem era perigosa e complicada por inúmeras circunstâncias. Uma vez em Jerusalém, os peregrinos encontraram hospitalidade dentro dos muros do mosteiro franciscano e bons conselhos sobre como andar pela Terra Santa.
Durante séculos, os franciscanos foram também os guias dos peregrinos em todos os aspectos da peregrinação: bíblico-espiritual, logístico, burocrático, político, etc.
Ainda hoje, numerosos frades se dedicam ao serviço de acolhimento e acompanhamento dos peregrinos. Entretanto, dado o número crescente de peregrinos que chegam à Terra Santa a cada mês, não é mais possível responder, como no passado, às necessidades de todos.
Entretanto, um costume permaneceu inalterado: o encontro dos peregrinos com o Padre Custódio da Terra Santa ou com um de seus representantes. Os encontros com os Franciscanos que vivem na Terra Santa ajudam a compreender melhor a realidade dos Lugares Santos e a situação dos cristãos, as "pedras vivas" que vivem aqui.
O costume é ser acolhido pelos frades da Custódia que falam a língua dos peregrinos: isto facilita a comunicação e oferece um melhor serviço de hospitalidade e acolhida.
Geralmente, estas reuniões - com o Custódio, seu Vigário ou os frades da Custódia, dependendo dos compromissos e da disponibilidade - são realizadas em Jerusalém, no convento de São Salvador.
Encontrar a Custódia durante uma peregrinação à Terra Santa não só nos ajuda a compreender o vínculo especial que a história forjou entre a Ordem dos Frades Menores e os lugares da Salvação, mas também nos permite olhar a realidade desta terra e de seu povo através dos olhos daqueles que a guardam e a amam.