No Getsêmani celebra-se o Preciosíssimo Sangue de Jesus | Custodia Terrae Sanctae

No Getsêmani celebra-se o Preciosíssimo Sangue de Jesus

Iniciou-se, com o canto Vexilla Regis, a celebração do Preciosíssimo Sangue de Jesus, sexta-feira, 1º de junho, na Basílica da Agonia em Jerusalém. Justo no lugar onde Jesus suou sangue na noite em que foi traído, o Custódio da Terra Santa, Frei Francesco Patton, ofm, conduziu os freis em procissão do Jardim do Getsêmani ao interior da Basílica, onde presidiu a missa solene.

O canto dedicado à cruz, bandeira real onde Cristo derramou seu sangue, acompanhou o ritual de espalhar das pétalas de rosa sobre a rocha que recorda a agonia de Jesus, situada diante do altar.

O culto ao Preciosíssimo Sangue, referindo-se à transubstanciação do vinho em sangue de Cristo durante a missa, é estreitamente ligado à devoção eucarística. A Eucaristia expressa, por certo, o dom do corpo e do sangue de Jesus, levado a cabo para salvar-nos da morte e introduzir-nos na vida divina.

Em sua homilia, o Padre Custódio percorreu as leituras que ilustraram a liturgia da Palavra, fazendo notar como elas propõem um caminho de reflexão no qual o sangue está sempre presente: a começar na Páscoa antiga, que mostra “o drama significado do sangue do cordeiro aspergido nos umbrais das casas”, depois aquele cordeiro citado no Apocalipse, a respeito das vestes branqueadas pelo sangue do cordeiro e, finalmente, no relato do evangelista Lucas: “Entrando em luta, [Jesus] rezava ainda mais intensamente, e seu suor tornou-se como gotas de sangue que caíam sobre a terra”.

O Sangue expressa naturalmente o dom sob a forma de sacrifício que Cristo sofreu por nós. Um dom que não termina com a morte, mas nela encontra o seu ápice. Segundo Fr. Patton, com efeito, “toda a vida de Jesus é vida doada”; é assim “desde o momento de sua concepção no seio virginal de Maria, por obra do Espírito Santo em Nazaré. Sua vida é vida doada ainda quando vive às escondidas e também quando anuncia o Evangelho e quando realiza curas. Em seguida, com certeza, o dom alcança seu ponto mais alto quando Jesus se oferece livremente na cruz e escolhe de entregar-se totalmente nas mãos do Pai e atravessar a experiência do morrer em nosso favor. Deste modo também toda a pessoa de Jesus é doada por nós. É doada a sua vontade, como é evidente em sua oração aqui no Getsêmani, e como evidenciam por todas as referências o fato que seu alimento é fazer a vontade do Padre e ao fato que se encarnou para fazer a vontade do Pai”.

O Adjetivo “preciosíssimo” acompanhado de “sangue” manifesta o valor elevado do sacrifício realizado por Jesus, o alto preço pago por doar-nos a vida verdadeira, o custo caríssimo que Deus mesmo resgatou a humanidade oferecendo a vida de seu Filho. A partir daqui a exortação do Padre Custódio aos fiéis de buscar “celebrar de modo consciente o preciosíssimo sangue do Senhor e de recebê-lo adequadamente” na Eucaristia.

Ao final da celebração, os fiéis, juntamente com os freis, partilharam um lanche nas dependências do Jardim do Getsêmani, na parte externa da Basílica.

 

Filippo De Grazia