Como é tradição na Terra Santa,quarta-feira, primeiro de julho, na Basílica da Agonia, no Getsêmani, fora dos muros de Jerusalém, no Vale do Cedron, foi celebrada a Festa do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O rito foi iniciado com o espalhar de pétalas de rosas vermelhas sobre a rocha situada sob o altar da Basílica. O Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton, presidiu a Eucaristia, que introduziu a celebração com esse gesto, que recorda a agonia e o sangue derramado por Jesus, na Quinta-Feira Santa, exatamente sobre essa rocha.
Seguindo antiga tradição pré-conciliar, a celebração foi fixada no dia primeiro de julho pelo Papa Pio X, como consequência pela difusão da devoção católica no mundo. Com a reforma do calendário litúrgico, em 1970, essa festa foi substituída pela solenidade de Corpus Domini em todos os calendários litúrgicos, exceto no de Jerusalém, o qual conserva o culto ligado ao lugar da Agonia.
Em seu comentário ao Evangelho, o Custódio baseou-se em três verbos: Comemorar, celebrar, receber.
O ato de comemorar é ligado à recordação do dom de sua vida, que Jesus fez a todos nós. "O sangue de Jesus, sua vida doada, é o que transforma nossa vida" sublinhou Fr. Patton."Éo que realiza a verdadeira e plena libertação de cada um de nós e da humanidade inteira".
Celebrar é ação de graças pela qual a recordação se torna atual e assume eficácia e que possibilita aos fiéis de estar materialmente presentes à ceia pascal, ao sacrifício da cruz e à ressurreição que vence a morte.
A última palavra a qual Fr. Pattonabordou foi receber, recordando que, no momento da consagração, é Jesus mesmo que diz: “Tomai e bebei todos, este é o cálice do meu sangue para nova e eterna aliança, derramado por vós e por todos em remissão dos pecados”. "Hoje, portanto, neste lugar assim significativo, fazemos memória, celebramos e recebemos com fé o dom do preciosíssimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”, concluiu o Custódio da Terra Santa. "Éum dom que alimenta nossa vida terrena e nos torna capazes de seguir os passos de Jesus, mas étambém um dom que nos projeta à vida eterna e nos faz pregustar “o penhor da glória futura”.
No fim da celebração, como já é tradição, os religiosos e os poucos fiéis presentes recolheram as pétalas de rosas da Rocha da Agonia: um pequeno gesto de levar para casa um pedaço da celebração de hoje.
Giovanni Malaspina