Belém: Primeiro Domingo do Advento | Custodia Terrae Sanctae

Belém: Primeiro Domingo do Advento

Um fim e um início assinalaram o fim de semana, em Belém. A Basílica da Natividade acolheu vinte e um Frades, vindos de todas as partes do mundo, a fim de participar do IV Congresso Internacional dos Comissários da Terra Santa, que, com os Frades da Custódia, celebraram o Primeiro Domingo do Advento.

O Congresso havia terminado sua fase de trabalhos na sexta-feira, com a apresentação da Mídia da Custódia e a leitura do documento conclusivo, que, depois, foi retomado na mensagem final pelo Custódio Fr. Francesco Patton. O Custódio agradeceu aos palestrantes e aos Comissários, insistindo em quatro tarefas para as quais os últimos são chamados: conhecimento da Terra Santa e convite à sua promoção criativa, seja dos lugares sagrados como dos dramas que habitam nesta terra, necessitada de promotores de paz; convite de criar iniciativas de oração e sensibilização para paz; convite de continuar o acompanhando peregrinações; promoção da coleta Pro Terra Santa e outras coletas para o apoio da missão dos Frades menores e a promoção das vocações para a missão na Terra Santa. "Necessitamos de Frades que sejam abertos ao contexto intercultural e internacional, pessoas dispostas a se inserir nesta tração centenária”, declarou o Custódio. Fr. Russel Murray, Animador geral para a Evangelização da Ordem dos Frades Menores, concluiu a sessão das palestras, colocando o acento na Evangelização, terceira palavra do slogan do Congresso. “A peregrinação compreende todas as três palavras pois, quem vem à Terra Santa, acima de tudo, faz memória de uma história acontecida no passado, que se torna de novo presente, se acolhe e acolhe, porque uma peregrinação não pode ser feita em solidão, nos restitui a ideia de ser um só corpo em Cristo; essas coisas vividas em profundidade são evangelização”.

A fase final do Congresso encontrou o início das celebrações do Natal e do novo ano litúrgico. Como é tradição, no sábado de manhã, em Jerusalém, a comunidade paroquial de S. Salvador, através das palavras do Moukhtar, pessoa escolhida como representante, agradeceu ao Custódio e aos Franciscanos, desejando-lhes um bom tempo de Advento. O Custódio, no seu discurso em resposta, renovou o esforço dos franciscanos em sustentar a comunidade local apesar das dificuldades, olhando sobretudo para as novas gerações, e convidou os cristãos locais a crescer na capacidade de amar o Senhor e testemunhá-lo com a vida quotidiana.

Escoltados pela polícia, os carros do Custódio e dos paroquianos fizeram uma parada junto ao mosteiro Mar Elias, diante do qual Fr. Patton saudou o Prefeito e o Pároco de Beit Jala, juntamente com alguns paroquianos, para prosseguir logo depois rumo à Basílica da Natividade, passando pelo posto de controle junto ao túmulo de Raquel, que é aberto apenas por ocasião de três ingressos solenes tradicionais: a primeira vez, no Domingo do Advento, no Natal e na Epifania. Alcançada a Basílica da Natividade, acompanhados pela delegação dos escoteiros de Belém, aconteceram várias celebrações, a saber, o ingresso solene, precedido pelas saudações às personalidades e aos representantes das três confissões presentes, as primeiras Vésperas celebradas pelo Custódio e o Ofício das Leituras, presidido pelo Guardião do convento franciscano de Santa Catarina, em Belém, Fr. Artêmio Vítores.

Um dia liturgicamente único a ser vivido em Belém. “Essa celebração assinala o inicio do ano litúrgico”, disse Fr. Patton durante a celebração eucarística de Domingo, “nova peregrinação de fé que nos abre à experiência da proximidade e do amor de Deus, através do mistério da encarnação”. O advento é tempo muito sentido também pela população local, que cada ano, acende grande árvore de Natal na praça principal, junto à Basílica da Natividade. Como diz Fr. Rami Asakrieh, Pároco da Comunidade Santa Catarina, em Belém, tudo na cidade é feito em preparação do grande evento do Natal. "Sem a centralidade da Igreja da Natividade”, comentou Fr. Rami, “os paroquianos estariam perdidos, não achariam sua verdadeira identidade. O Natal tem grande importância para eles: social, humana, nacional e, sobretudo, espiritual. Graças a esse acontecimento, descobrem sua dignidade de ser filhos deste lugar e tomam coragem para enfrentar a vida".

Giovanni Malaspina